Por causa da crise na saúde em Duque de Caxias,
na Baixada Fluminense, pacientes têm encontrado as Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) lotadas, e ainda falta de atendimento no Hospital
Moacyr do Carmo, que é um dos principais do município. Para tentar
resolver o problema, o Ministério Público entrou com uma ação contra a
prefeitura, conforme mostrou o RJTV.
Nesta quinta-feira (12), um enfermeiro confirmou que somente pacientes
com risco de vida estão sendo atendidos no hospital. Os demais continuam
sendo orientados a procurar uma UPA ou um posto de saúde. Mas o
problema é que qualquer doença pode se agravar sem atendimento.
A secretária Tatiane França contou que seu pai morreu na manhã desta
quinta-feira. Ele sofreu uma queda no sábado (7) e estava há três dias
no Hospital Moacyr do Carmo à espera de um exame de tomografia.
“Falaram para mim que meu pai ia para o Hospital de Saracuruna. E há
três dias estou sem arredar o pé do hospital. Hoje de manhã fui em casa
rápido. Falaram para mim que meu pai teve uma parada cardíaca. Eles não
ligam para ninguém”, reclamou Tatiane.
Motorista esperou por 9h
Na tarde de quarta-feira (11), a sala de espera da UPA de Caxias I, em Sarapuí, estava lotada. Do lado de fora, a equipe do RJTV encontrou vários acompanhantes, e algumas pessoas que esperavam atendimento. Na UPA Caxias II a lotação era ainda maior. O motorista Carlos Barbosa estava com pressão alta e esperou nove horas para ser atendido.
“Aos 64 anos, a gente paga nossos impostos e vive desse jeito aí. Infelizmente, é complicado”, lamentou o motorista.
Grande parte desses pacientes vai primeiro ao Hospital Municipal Moacyr
do Carmo. Lá, a maioria não consegue consulta, e é encaminhada às UPAs.
Triagem
No dia 18 de junho, o RJTV mostrou a emergência do hospital vazia por falta de médicos. Os pacientes passavam por uma triagem na porta. Logo na recepção, eles eram orientados a buscar atendimento em outras unidades de saúde. Na sala de nebulização não tinha ninguém e as ambulâncias ficavam paradas no pátio.
Desde julho do ano passado, o Hospital Moacyr do Carmo era administrado
por uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).
Segundo a prefeitura, a Oscip é responsável pela manutenção e
contratação de médicos e enfermeiros.
Mas esta semana, o Ministério Público estadual entrou com uma ação
civil pública contra o município de Duque de Caxias por não repassar
mais de R$ 21 milhões ao Hospital Moacyr do Carmo. O MP recomenda que o
prefeito e o secretário de Saúde tomem providências para regularizar os
serviços do hospital.
O secretário de Saúde de Duque de Caxias, Júlio César de Menezes, informou que o hospital está com uma demanda imensa nos seis leitos de UTI, que está contratando médicos para o setor e que 25 profissionais trabalham na emergência.
O secretário de Saúde de Duque de Caxias, Júlio César de Menezes, informou que o hospital está com uma demanda imensa nos seis leitos de UTI, que está contratando médicos para o setor e que 25 profissionais trabalham na emergência.
“Somos hoje a cidade da Baixada Fluminense que mais tem emergências.
Temos nove emergências 24 horas funcionando. O Hospital Moacyr do Carmo é
referência na Baixada Fluminense. Os governos do estado e federal têm
nos ajudado. Mas precisamos de um reforço maior em algumas equipes, que
estão sendo contratados”, disse o secretário, acrescentando que o
tomógrafo está em manutenção e que deve ser reativa na próxima semana.
Segundo Menezes, o repasse da parceria com a prefeitura está sendo feito.
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