O Brasil é o quinto país do mundo em
extensão territorial, ocupando metade da área do continente
sul-americano. Há cerca de 20 anos, aumentaram o fornecimento de energia
elétrica e o número de estradas pavimentadas, além de um enorme
crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para combater a
pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas.
Em 1987, no Brasil, quase 40 % da
população (50 milhões de pessoas) vivia em extrema pobreza. No dias de
hoje, um terço da população é mal nutrido, 9 % das crianças morrem antes
de completar um ano de vida e 37 % do total são trabalhadores rurais
sem terras.
Há ainda o problema crescente da
concentração da produção agrícola, onde grande parte fica nas mãos de
poucas pessoas, vendo seu patrimônio aumentar sensivelmente e ganhando
grande poder político.
A produção para o mercado externo,
visando à entrada de divisas e ao pagamento da divida externa, vem
crescendo, enquanto a diversidade da produção de alimentos dirigida ao
mercado interno tem diminuído, ficando numa posição secundária. Ao lado
disso, milhões de pessoas vivem em favelas, na periferias das grandes
cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre,
Recife, entre outras. O caso das migrações internas é um problema gerado
dentro da própria nação. Grande parte dos favelados deixou terras de
sua propriedade ou locais onde plantavam sua produção agrícola. Nos
grandes centros, essas pessoas vão exercer funções mal pagas, muitas
vezes em trabalho não regular. Quase toda a família trabalha, inclusive
as crianças, freqüentemente durante o dia inteiro, e alimenta-se mal,
raramente ingerindo o suficiente para repor as energias gastas. Nesse
círculo vicioso, cada vez mais famílias se aglomeram nas cidades
passando fome por não conseguir meios para suprir sua subsistência.
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