quarta-feira, 4 de julho de 2012

Pendurada no preço das commodities balança tem déficit de US$ 1,3 bilhão


A balança comercial registrou um déficit de US$ 1,291 bilhão (US$ 16,142 bilhões de exportações menos US$ 17,433 bilhões de importações) no mês passado, o pior resultado para um mês de janeiro desde 1973, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O resultado foi decorrente da queda dos preços das commodities e do aumento de 12,3% das importações, que passaram de US$ 14,816 bilhões em janeiro de 2011 para US$ 17,433 bilhões em janeiro de 2012.
A secretária de Comércio Exterior do Ministério tentou explicar o péssimo resultado. “A crise internacional, em especial da União Europeia, para onde houve queda de 25% nas exportações, explica o resultado do mês de janeiro”, disse. E acrescentou: “O exportador saiu da zona de conforto”.
A pauta de exportação do Brasil tem sido crescentemente formada de produtos primários, notadamente minério de ferro e commodities agrícolas, que têm sido objeto de especulação internacional. Esse fato tinha possibilitado ao Brasil os saldos positivos na balança comercial, mesmo tendo crescido muito pouco a quantidade de produtos exportados, que vinha sendo compensado pela elevação dos preços.
Contudo, já no segundo semestre de 2011 os preços das commodities começaram a cair. Com a balança comercial pendurada nos produtos primários, o recuo é uma consequência direta.
Com efeito, dos principais bens exportados pelo Brasil, apenas Café em grão teve aumento de preço (1,1%) em janeiro na comparação com dezembro do ano passado. Porém, o preço da Soja em grão recuou 3,6%; o de Farelo de soja diminuiu 2,4%; o de Óleo de soja caiu 2,3%; o de Suco de laranja despencou em 25,9%. Mais resultados negativos nos preços, no mesmo período de comparação: Açúcar em bruto (-1,6%), Açúcar refinado (-2,7%), Celulose (-3,5%); Alumínio (-2,8%), Carne suína (-9,2%), Carne bovina (-3,0%) e Carne de frango (-10,7%). O minério de ferro teve queda de 6,6% no preço.
Para o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), “ a culpa é do governo”. “Não adianta o Brasil exportar só commodities cujos preços já começaram a cair”, disse. “A manufatura que gera o bom emprego, paga salário melhor, agrega valor aos produtos. Mas o que estamos vendo é uma enxurrada de importações predatórias, uma defesa comercial fragilizada no governo, permitindo as práticas desleais”, completou Skaf.

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