sexta-feira, 22 de junho de 2012

Privilégios para alguns!



Victor Emanuel Vilela Barbuy

"O capitalismo se constitui em uma calamidade não porque defende o direito legal à propriedade, mas sim porque representa, por sua própria natureza, o emprego desse direito em benefício de uns poucos privilegiados contra um número muito maior de homens que, ainda que livres e cidadãos em igualdade de condições, carecem de toda base econômica própria" 

Hilaire Belloc ("La crisis de nuestra civilización". Trad. argentina de Carlos María Reyles. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1979, p. 154).

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quarta-feira, 20 de junho de 2012

A arrogância dos bancos



Em seu editorial de ontem, o New York Times trata do depoimento do banqueiro Jamie Dimon, o todo poderoso presidente do J.P.Morgan, ao Comitê de Bancos do Senado norte-americano, a propósito do sistema financeiro de seu país. Depois de admitir erros fatais na ação de sua empresa, Dimon foi mais longe, dizendo que os chamados bancos grandes demais para falir têm aspectos negativos, como “ganância, arrogância, insolência, e falta de atenção com os detalhes”.

Dimon é um dos heróis maiores de nossos tempos neoliberais. Aos 56 anos, filho e neto de operadores no mercado de capitais,  fez  carreira sucessiva nas principais instituições financeiras norte-americanas, até chegar ao topo do J.P.Morgan em 2006, aos 50 anos. Ligado ao Partido Democrata, é visto como amigo de Obama, e o seu nome foi cogitado para ser o Secretário de Tesouro do atual presidente.

O New York Times registra que, apesar de seus reparos, Dimon repele qualquer regulamentação do sistema e se opõe até mesmo aos frágeis controles propostos por Paul Volcker, quando presidente do FED.

Muito bem, revela um banqueiro dos maiores, o sistema financeiro se move pela ganância, pela arrogância e pela insolência. Enfim, pela prepotência. E só os absolutamente néscios (salvo os interessados) podem acreditar que os governos do mundo são conduzidos pelas doutrinas políticas, e não pelos banqueiros. Esses, além da atuar em seu próprio interesse, cuidam dos interesses dos grandes acionistas, que não passam de algumas dezenas de grandes famílias. A remuneração normal de Dimon, conhecida, é de 24 milhões de dólares ao ano, sem contar com as gratificações,  e as indenizações, em caso de saída da instituição.
O sistema financeiro sempre foi instrumento da injustiça, da desigualdade e das guerras.  Mais uma vez, os grandes bancos, insatisfeitos com tudo o que saquearam, estão espalhando os vírus de uma conflagração geral.    
Como os recentes episódios europeus estão demonstrando, os bancos já não se limitam a cooptar os governantes, mas passaram a administrar diretamente os estados, ao colocar seus empregados  na chefia dos governos, como fez o Goldman Sachs.

A crise européia, no entanto,  é muito mais do que um problema financeiro. É um imenso problema político. A guerra de 1914 – fomentada, como tantas outras, pelo grande capital – não resolveu os dissídios entre as potências continentais, sobretudo entre a Alemanha e a França, que disputam o domínio da Europa desde o confronto entre Richelieu e o Conde-Duque de Olivares, no século 17, e  foram ao conflito armado em 1870.

Os vencedores das duas guerras mundiais foram incapazes de administrar as duas derrotas alemãs  com competência política. A tentativa de superar o problema com a criação da União Européia não trouxe a solução, 61 anos depois de seu primeiro passo, com a formação da Comunidade do Carvão e do Aço. A razão é simples: a formação de um bloco supranacional não elimina as rivalidades nacionais. Nós sabemos bem disso: enquanto o Brasil não se desenvolver como um todo, os estados mais ricos – e, assim, mais poderosos – continuarão a exercer a hegemonia do poder no país.

Novamente a Alemanha, baseada em seu poder industrial, dita o comportamento da Europa. Aliada dos grandes bancos, e dos Estados Unidos,  que se dispõem a favorecer a sua posição no continente, a Senhora Merkel expressa os antivalores euro-americanos que Dimon reconhece no sistema financeiro: ganância, insolência, arrogância.

O capitalismo não cresce sem desigualdade, mas a desigualdade exacerbada conduz às crises, com o desemprego, a queda do consumo e a falência das grandes empresas. É nesse momento que se incentivam as guerras, com a ocupação dos desempregados, seja na indústria bélica, seja nas fileiras de combatentes. Quando a situação ainda permite, os conflitos se dão na periferia, mas chega o momento em que os países centrais entram diretamente em combate.

Não foi suficiente a intervenção na Líbia – promovida pela França, pelos Estados Unidos e pela Grã Bretanha – para o controle do deserto encharcado de petróleo. O país está entregue a bandos armados, sem governo, sem leis. O conflito interno na Síria não é tão simples como parece: está hoje claro que a violência não é monopólio do governo, mas sim estimulada por rebeldes armados e financiados do exterior. A programada agressão ao Irã envolverá, em sua defesa,  a Rússia e, provavelmente, a China.

Diante desse quadro mundial de perspectivas desastrosas, temos que nos preparar, sem pânico, mas com firmeza, contra o projeto de recolonização em andamento, aqui, na África, na Ásia. Daí a urgência em buscar – não a hegemonia continental, que é  presunção também insolente -  justo entendimento com os nossos vizinhos, baseado nos interesses e sentimentos comuns, como pretende a Chefe do Estado.

E, como tarefa prioritária, impor aos banqueiros o controle necessário do Estado contra a ganância, a arrogância e a insolência, confessadas por Jamie Dimon ao Senado americano.

Mauro Santayana

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CONSTRUINDO HISTÓRIA HOJE. NOTA DE ESCLARECIMENTO



Venho a público informar que a “rede” de blogues que fazem parte do Construindo História Hoje, do qual eu, Leandro Claudir sou autor, escritor e realizo a adaptação de textos operam sem fins lucrativos, e como tal não vendem, não anunciam, não aceitam doações e não realizam nenhum tipo de transações comerciais ou financeiras.

 

 O CHH (ou Construindo História Hoje) é uma entidade cultural, de proteção ao conhecimento que visa sua ampla divulgação.

 A ‘rede’ é composta pelos seguintes blogs:

 

 Construindo História Hoje (http://www.construindohistoriahoje.blogspot.com.br),

 

 Construindo Pensamentos Hoje

 (http://www.construindo-pensamentos-hoje.blogspot.com.br),

 

O Construtor da História

 (http://www.oconstrutordahistoria.wordpress.com),

 

Desconstruindo o Capitalismo

(http://www.desconstruindo-o-capitalismo.blogspot.com.br),

 

Desconstruindo o Comunismo

(http://www.desconstruindo-o-comunismo.blogspot.com.br),

 

Desconstruindo Nazismo

 (http://www.desconstruindo-o-nazismo.blogspot.com.br).

 

São trabalhos pessoais com identidade inalienável e como tais estão licenciados sob CREATIVE COMMUNS ATTRIBUTION-NONCOMMERCIAL-NODERIVS 3.0 UNPORTED (CC BY-NC-ND 3.0). Attribution NonCommercial NoDerivs: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/. Legal Code full license: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/legalcode.

 

Um trabalho voltado unicamente para o compartilhamento do conhecimento entre todos os meus semelhantes, independente de etnia, credo ou nacionalidade, todos são bem vindos. Um trabalho que possui dezena de milhares de contribuintes, que contribuem com o mais precioso tesouro de um homem, as palavras!

 

Para maiores informações entre em contato através do formulário do blogue no endereço: http://www.construindohistoriahojecontato.blogspot.com/

 

Obrigado,

Leandro Claudir

 

terça-feira, 19 de junho de 2012

A grande indústria farmacêutica está ignorando a cura do câncer?


 Evangelos Michelakis é pesquisador de câncer da Universidade de Alberta que, há três anos, descobriu que uma substância química comum, não tóxica, conhecida como DCA, abreviação de dicloroacetato, parece inibir o crescimento de tumores cancerígenos em ratos. 

O mecanismo pelo qual DCA funciona é extremamente simples: mata a maioria dos tipos de células cancerosas através da alteração da forma como elas metabolizam o açúcar, causando-lhes autodestruição sem afetar tecidos normais.

Após os testes em animais, Michelakis fez testes de DCA em células cancerosas humanas em laboratório. Em seguida, conduziu testes clínicos em humanos. Seus resultados foram encorajadores: o tratamento com DCA pareceu estender a vida de quatro dos cinco participantes do estudo.

Michelakis não patenteou sua descoberta. Não é porque ele não quer, mas porque não pode: quando se trata de patentes, DCA é um produto químico barato, amplamente utilizado, que ninguém pode possuir.

Bom, então eis a questão: se há uma nova substância com potencial de ajudar muito no tratamento de câncer, porque não ouvimos falar nela? 

No mundo de hoje, essas drogas não atraem facilmente financiamento. A grande indústria da farmácia não está exatamente ignorando o DCA, e nem suprimindo sua pesquisa; apenas não está ajudando. Por quê? 

O desenvolvimento de drogas é basicamente um grande negócio, e investir na droga sem patente simplesmente não é um bom negócio, porque não haverá lucro. Em um mundo onde a droga para câncer Avastin – patenteada pela empresa farmacêutica Genentech/Roche – custa aos pacientes cerca de 80.000 dólares por ano sem nenhuma comprovação de que prolonga a vida, não ha espaço para DCA.

Segundo farmacologistas, as empresas farmacêuticas são como outras empresas que fabricam produtos que devem ser vendidos com lucro. Apenas um em cada 10.000 compostos estudados por pesquisadores acaba se tornando uma droga aprovada.

Para chegar à fase de aprovação, os medicamentos devem ser submetidos a 7 a 10 anos de testes, com um custo total médio de 500 milhões de dólares, o que pode ser em vão se a droga não receber aprovação de instituições reguladoras. E mesmo se isso ocorrer, apenas 3 de cada 20 drogas aprovadas geram lucros suficientes para cobrir seus custos de desenvolvimento.

O lucro é o incentivo para o risco que a empresa corre. E seria quase impossível lucrar em uma droga como dicloroacetato. Se ele for mesmo eficaz, então será uma droga ridiculamente barata. Segundo especialistas, a falta de patenteabilidade está desempenhando um papel na falta de investigação.

Embora as organizações de saúde dos governos, como o Instituto Nacional de Câncer americano, deem bolsas para ajudar a financiar testes clínicos, elas não são suficientes para fazer com que o DCA seja aprovado como um tratamento contra o câncer.

A pesquisa em DCA se move muito mais lentamente do que se uma empresa farmacêutica pagasse a conta. Mais o financiamento de base já permitiu um progresso. Michelakis reuniu cerca de 1,5 milhões em nove meses, o suficiente para financiar um estudo detalhado do tratamento com DCA em cinco pacientes com câncer cerebral. Porém, o estudo foi pequeno e não houve controle com placebo, o que torna seus resultados inconclusivos.

Apesar da escassez de testes clínicos, um médico canadense, Akbar Khan, prescreve DCA para seus pacientes com câncer. Isso pode ser feito no Canadá, porque o DCA já está aprovado para o tratamento de distúrbios de metabolismo.

Segundo ele, 60 a 70% dos pacientes que falharam com tratamentos padrão responderam favoravelmente ao DCA. A droga foi eficaz, e teve resultados interessantes: um dos pacientes tinha vários tumores, incluindo um particularmente preocupante na perna; o DCA estabilizou significativamente o tumor e reduziu a sua dor.

Atualmente, Khan tem três pacientes com cânceres incuráveis que estão em remissão completa, provavelmente curados, graças à combinação do DCA com tratamentos convencionais paliativos (não curativos).

Pequenos estudos, no entanto, não serão suficientes para provar que o DCA funciona. E sem a ajuda das grandes empresas, isso terá que acontecer de uma forma singular. Poderia ser uma experiência social, na qual fundos públicos ajudassem. O grupo de pesquisa está começando a estabelecer relações com alguns hospitais de câncer de destaque e, eventualmente, órgãos federais como o Instituto Nacional de Câncer poderiam perceber que há provas suficientes de sua eficácia e ajudar com o financiamento.
 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Disputa por petróleo leva a estado de guerra permanente.


 Estudioso de causas e prevenções de guerras nos últimos 35 anos de sua vida, o cientista político americano Michael Klare, 62, acredita que a competição por recursos como o petróleo é, atualmente, a maior fonte potencial de conflitos mundiais.

Partindo de projeções em que o crescimento da demanda por petróleo vai superar a oferta global, Klare estima que o mundo vive "o crepúsculo do petróleo", um momento de transição entre a abundância e a escassez.

A disputa pelo recurso que ainda resta, considerado essencial em termos de segurança nacional, levará a um estado de guerra permanente, caracterizado pela presença de grandes potências em regiões de instabilidade política, étnica e religiosa, diz o autor do livro "Blood and Oil" (Metropolitan Books), lançado em 2004.

No livro, Klare argumenta que, por causa do declínio da extração doméstica, países como os EUA estão se tornando, de modo crescente, mais dependentes de petróleo importado. E mais e mais desse petróleo tem vindo de áreas instáveis cronicamente, como o Oriente Médio, a região do mar Cáspio, a África e determinadas regiões da América Latina. Para Klare, o resultado disso tudo é que o mundo vai pagar um custo mais alto em petróleo e em sangue.

Folha - Como o sr. analisa o momento atual do petróleo?

Michael Klare - Descrevo este novo momento como o crepúsculo do petróleo, ou seja, uma transição entre uma era ensolarada, de óleo abundante, e uma era da escuridão, de escassez absoluta. Nesta era do crepúsculo, o óleo não vai desaparecer, mas se mostrará insuficiente para atender à demanda global cada vez maior. Assim, teremos, periodicamente, momentos de escassez, preços altos e extrema vulnerabilidade a choques de petróleo. Um exemplo é

domingo, 3 de junho de 2012

CORRUPÇÃO E CAPITALISMO


Todos os veículos se esforçam para fazer crer que realmente combatem essa chaga que se espalhou pela sociedade e setores conservadores da política brasileira tentam pegar carona como se fossem os paladinos da ética e da moralidade. Seria cômico se não fosse trágico. Assim como os corruptos e os corruptores, o quarto poder (imprensa) é uma das peças dessa engrenagem que movimentam a corrupção em nosso país. A corrupção é endêmica ao capitalismo, um não vive sem o outro. E como os donos da grande mídia não propõem uma ruptura com o sistema capitalista, conclui-se que o discurso propagandeado em defesa da ética é falso, oco e vazio. 

Por isso, o discurso dos comentaristas e o noticiário em geral têm sempre um enfoque moralista, conservador e não revela o que, de fato, está por trás e motiva a corrupção. Se observarmos apenas a revista Veja, por exemplo, que se coloca como instrumento de combate a corrupção, porém não divulga sua relação promiscua e o quanto tem faturado com o grupo da Editora Abril ante ao governo de São Paulo, com publicações didáticas e a pressão para direcionar editais do governo federal para publicar livros didáticos, que envolvem milhões para a garantia da sobrevivência dos seus negócios, podemos concluir que o objetivo de muitos veículos de comunicação não é o de eliminar a corrupção, mas enfraquecer governos para eleger outros com maiores acessos aos milhões de reais das verbas publicitárias e


O capitalismo é um sistema político-econômico que teve início no final do século XVIII início do XIX, impulsionado pela Revolução Industrial ocorrida primeiramente na Inglaterra, França e Alemanha e posteriormente para diversos países do mundo. O capitalismo está vinculado ao comércio e ao consumo que produz o objetivo maior desse sistema, o lucro.

O sistema capitalista tem uma grande capacidade de geração de riquezas, embora seja de forma desigual, pois apenas uma restrita parcela da população mundial detém a maioria das mesmas.

Apesar das várias contribuições econômicas, tecnológicas, de conforto que o capitalismo proporcionou, esse também produz diversos aspectos negativos nas sociedades, desse modo os principais problemas provocados pelo sistema em questão são:

• Divergência entre capital e trabalho:  processo derivado da luta pelos interesses da classe proletária que constantemente busca melhorias em diversos aspectos como aumento salarial, diminuição da jornada de trabalho, melhores condições de trabalho entre outras reivindicações trabalhistas, do outro lado estão os detentores dos capitais e dos meios de produção que exploram a mão-de-obra com objetivo de adquirir uma lucratividade maior e assim acumular mais capitais.

• Degradação ambiental:  o sistema capitalista está ligado à produção em massa e o consumo na mesma proporção, com isso produz o lucro, para a obtenção de matéria-prima é preciso retirar da natureza diversos recursos. A exploração constante e desenfreada tem deixado um saldo de devastação profunda no meio-ambiente. Durante o último século o mundo passou por profundas evoluções e a natureza sempre foi usada nesse processo, porém sem planejamento a mesma já demonstra saturação e incapacidade de regenerar. Ultimamente a humanidade tem comprovado os reflexos, tais como aquecimento global, elevação dos oceanos, mudanças climáticas, escassez de água entre muitos outros.

• Intensificação das desigualdades sociais: a busca incessante por lucros faz com que haja uma grande exploração do trabalho por parte dos donos dos meios de produção, isso ocorre com mais intensidade por causa da falta de emprego, como existe uma grande oferta de trabalhadores os salários conseqüentemente são baixos, além da modernização da produção que retira um número muito elevado de postos de trabalho. A exploração da força de trabalho aumenta cada vez mais a disparidade econômica existente, pois concentra as riquezas nas mãos de poucas pessoas.

• A extinção dos valores humanos: o ponto máximo, o objetivo maior do capitalismo é o consumo e para isso uma série de artifícios é usada para que as pessoas aumentem gradativamente o seu consumo, muitas vezes sem necessidade, isso é fruto dos anúncios publicitários que influenciam as pessoas e essas até de forma inconsciente ingressam nesse processo articulado pelo sistema. É justamente nessa busca por adquirir bens materiais que os valores humanos são perdidos ou deixados de lado, pois o que as pessoas possuem torna-se mais importante do que o que elas realmente são, além disso, as relações humanas como amizade, solidariedade, companheirismo são ignoradas. 

Autor: Eduardo Freitas

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INTEGRALISMO E CAPITALISMO


Muitos julgam uma contradição o Integralismo afirmar-se anti-capitalista e, ao mesmo tempo, posicionar-se em defesa da propriedade privada. Ora, os que assim raciocinam, na verdade, estão adotando a definição erradíssima de capitalismo dada pelos marxistas.

Como já foi estabelecido pelos Teóricos Integralistas desde os anos 30, o que caracteriza o capitalismo não é a existência da propriedade, mas, o predomínio do capital móvel, do capital financeiro, em português claro, do dinheiro sobre todos os demais elementos da Economia. O dinheiro não é mais um instrumento de cálculo ou medida, nem tampouco simples intermediário das trocas, mas, a própria finalidade de toda produção. Aquele velho esquema, mercadoria → dinheiro → mercadoria é substituído pelo dinheiro → mercadoria → dinheiro.

O capitalismo, na verdade, é o maior inimigo da propriedade privada, destruindo-a gradativamente - através de sua concentração -, como Marx viu claramente (está enunciado até no Manifesto Comunista). Todavia, incoerentemente, Marx, ao invés de levantar-se contra a dissolução da propriedade perpetrada pelo capitalismo, defendeu que tal processo fosse levado as últimas conseqüências, isto é, a extinção definitiva da propriedade. Ora, e por quê? Porque, como disse Plínio Salgado, Marx, em economia, não foi um criador, mas, um mero subordinado à economia burguesa, um continuador de Adam Smith.

Assim, pois assistia razão a Gustavo Barroso quando escreveu: “Capitalismo não é a propriedade. Capitalismo é o regime em que o uso da propriedade se tornou abuso, porque cada indivíduo pode, se tiver dinheiro, especular no sentido de fraudar e oprimir os outros. Capitalismo é o regime em que uso da propriedade se tornou desordenado, porque cada indivíduo pode agir à vontade e produzir sem se preocupar com as necessidades da coletividade, causando o desemprego, as falências, os salários ínfimos e a carestia de vida. Capitalismo é o regime em que um indivíduo ou um grupo de indivíduos pode açambarcar as propriedades dos outros por meio de trustes, cartéis ou monopólios. O capitalismo, portanto, em última análise é um destruidor da propriedade”. E, no parágrafo seguinte, completa: “A propriedade não deve e não pode ser suprimida. Deve e pode ser disciplinada. A propriedade é a projeção do homem no espaço, a garantia da sua velhice e da estabilidade de sua família. A propriedade é legítima quando provem do trabalho honesto e quando empregada no sentido do interesse nacional. Deve ser dada a todos quantos a mereçam sem distinção de classes. A propriedade obtida desonestamente não deve ser mantida. A propriedade empregada em sentido contrário ao interesse nacional deve ser posta nos seus verdadeiros termos. Por isso, o Integralismo só admite o direito de propriedade condicionado pelos deveres do proprietário”. As citações foram extraídas das págs. 135 e 136 do livro “O que o Integralista deve saber” (Rio de Janeiro- Civilização Brasileira - 1935 - 213 págs.). Ainda no mesmo livro (pág. 137), ele diz-nos: “A supremacia do dinheiro é ilegítima. A supremacia dos valores intelectuais e morais é legítima”.

Como assinalou um Secretário Nacional de Doutrina da antiga A.I.B., Miguel Reale, capitalismo é aquela atitude que separa a economia da moral.

Sobre reais ou supostas semelhanças entre a Economia Integralista e os postulados keynesianos, só quero lembrar que: A 1ª ed. da “Teoria Geral”, o principal livro de Keynes, é de 1936. Ora, antes disso, Plínio, Barroso, Reale e outros Escritores Integralistas já haviam abordado a questão econômica e lançado as bases da Economia Nova, a Economia Integralista. Se existem alguns pontos em comum entre as idéias keynesianas e o Integralismo, isto só testemunha a favor da inteligência do economista britânico.

O Capitalismo seja o Privado, seja o de Estado (marxismo-leninismo), não solucionou os problemas econômicos, muito pelo contrário. Mas, obviamente, muitos economistas liberais e marxistas debruçaram-se sobre a questão, buscando soluções dentro do regime econômico que defendiam, salientando-se Keynes (inglês e capitalista) e Kallecky (polonês e comunista). Evidentemente, por mais brilhantes que fossem, sua tarefa estava fadada ao fracasso, pois, para empregar uma imagem corriqueira, estavam querendo enxugar gelo... Só o Integralismo, propondo a substituição do atual modelo econômico por uma Economia Nova e Revolucionária, poderá arrancar o Povo Brasileiro da miséria e pôr fim ás crises econômicas permanentes (periódicas ou cíclicas), que são uma das características inerentes do Capitalismo.

E, como nos agrada ferir a susceptibilidade burguesa, poderíamos até dizer, num sentido amplo, que o Integralismo seria o verdadeiro socialismo, aliás, o único exeqüível. Todavia, esta palavra - socialismo - está totalmente impregnada de referências inconciliáveis com o Ideário Integralista. Mesmo com a 2ª Internacional progressivamente diluindo suas idéias originárias, desmarxistizando-se totalmente, o termo “socialismo” continua carregado de pressupostos ideológicos inaceitáveis para o Integralismo, como o internacionalismo, só para citar um exemplo indiscutível. Na verdade, antes que Marx se apropriasse da palavra “socialismo”, esta designava variadas correntes ideológicas (os “socialistas utópicos”, na expressão de Marx), que já se caracterizavam pela negação da propriedade privada, pelo igualitarismo absoluto, pela anarquia, etc., que também são inadmissíveis pela Doutrina do Integralismo.

O liberalismo econômico, o anarquismo, o socialismo e o comunismo são ideologias do tempo da iluminação a gás, totalmente arcaicas e ultrapassadas em nossa Era Cibernética, e, portanto, incapazes de fornecer soluções corretas e definitivas aos problemas contemporâneos. Só o Integralismo, com o seu Método que correlaciona todos os fenômenos, pode encontrar ou traçar novos rumos para o Brasil e o Mundo.

Autor: Sérgio de Vasconcellos

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